sábado, 16 de junho de 2012

Austrália: Costa Este (Parte 1)

Chegados a Townsville, conduzimos uns 10km para norte e procuramos um local para pernoitar, junto à Saunders beach. Chegamos a uma zona pouco ou nada iluminada e passamos a conduzir a 5 km/h. Guiamo-nos pelo GPS que nos “diz” que o Pacífico está mesmo ali ao lado, a 200 metros, mas a noite, escura que nem breu, não deixa que a vista alcance mais que uns 50 metros. Um pouco há frente surge o sinal “ CUIDADO – VIDA SELVAGEM”, e 30 segundos depois, uma cobra enorme atravessa a estrada à nossa frente, como que a dizer : Sim, tenham cuidadinho que nós andamos por aqui. É melhor não abrirmos muito os vidros durante a noite… as cobras, sapos, aranhas e outros tantos animais selvagens, andam à espreita.




Na porta do W.C!

 Estacionamos e o som das ondas não nos mente. O mar está mesmo ali ao lado.

Acordamos de manhã e agora sim, vemos claramente a praia deserta e enorme mesmo à nossa frente. O vento, a temperatura da água e os sinais de aviso não são muito convidativos ao mergulho. Vamos deixar para uma próxima vez, numa zona onde não haja crocodilos. 




Depois do pequeno-almoço, um passeio na praia e um exercício matinal, segue-se um banho de água fria no chuveiro público. Bem acordados, estamos prontos para retomar a viagem rumo a Cairns. Vamos trocando no volante. Cerca de 2-3 horas cada um, de cada vez. Rapidamente chegamos a Cairns e estacionamos na rua que vai ser a nossa casa durante 4 noites: A Bunda street. Sim, a rua da bunda.



Cairns é a primeira cidade “não fantasma” que vemos. Aqui já há mais pessoas a circular pelas ruas. Esta cidade é a famosa por ser o ponto de partida que muita gente utiliza para visitar a grande barreira de coral. Nós não seremos excepção. É mesmo esse o principal motivo que nos traz a este ponto. Tratamos logo de nos informarmos quanto às nossas opções para visitar a barreira de coral e optamos pela CDC ( CAIRNS DIVING CENTER). O nosso orçamento não prevê gastarmos 150 AUD ( Dólares Australianos) cada um, assim num dia. Na verdade o nosso orçamento para a Austrália aponta para 50 AUD (cerca de 40 Eur) para cada um, por dia. Mas dado que temos estado a dormir no “hotel bunda street”, ou seja, no carro, já há uns dias, conseguimos poupar algum dinheiro. Além disso, vir à Austrália e não visitar a grande barreira de coral, é como ir a Roma e não ver o Papa.

Às 7h da manhã lá estamos nós na marina, junto ao barco que nos vai levar. A tripulação parece animada. A meteorologia não é a melhor. Não chove, mas as ondas prometem uns abanões. Um dos tripulantes chegou mesmo a dizer-nos: “Já trabalho aqui há 3 anos, e posso vos dizer que este é um dos piores dias que apanhei”. Grande pontaria! Apesar de 2 horas de luta contra ondas e enjoos, a grande barreira de coral não desilude. Nada mesmo… Temos um briefing, onde nos explicam as condições de segurança, e os sinais que devemos fazer caso avistemos diversos peixes, inclusive tubarões (de salientar que os únicos tubarões que existem na barreira de coral, são os tubarões de recife que não atacam humanos). Equipamo-nos e fazemo-nos à água. Nunca tínhamos visto nada assim. As cores que passam por nós “ a correr” são peixes que não se intimidam coma nossa presença tanto quanto esperávamos. Sentem-se seguros, então nadam à nossa volta, como quem diz : Bem vindos, esta é a nossa casa, sintam-se à vontade. E nós sentimo-nos à vontade, e nadamos com eles, tiramos-lhes fotos (a máquina não era a melhor...) e até vídeos fazemos.
 












Depois de uma hora de mergulhos, segue-se um almoço preparado pela equipa do CDC, e deslocamo-nos para outra zona da grande barreira de coral para mais um mergulho de uma hora com o Nemo e amigos. Ao fim da tarde regressamos a terra. 

Vamos tomar um banho nos chuveiros públicos de luxo que Cairns tem para nos oferecer, e já com roupa seca e lavada no corpo, vamos a um bar jantar uma piza e beber um copo, a convite da tripulação do CDC. Mais tarde, já cansados, vamos a pé até à Bunda street, onde os “confortáveis” bancos da nossa Ford Falcon nos esperam para nos acolherem mais uma noite.

Vamos dedicar um parágrafo à experiência que tem sido “viver” no carro. A Ford Falcon tem se portado bem. Quanto à dormida. Nas primeiras noites deitámos os bancos traseiros e dormimos no porta-bagagens/ bancos traseiros. No entanto, como não tínhamos colchões de campismo as costas queixaram-se. Ao fim de algumas noites mudámos o plano e começámos a dormir nos lugares da frente. Limitamo-nos a reclinar os bancos para trás, e dormir. As primeiras noites também não foram as melhores, mas rapidamente nos habituámos. Aparte do modo de dormida, outro ponto a ter em atenção é o local de estacionamento. No interior da Austrália encontrámos sempre locais designados para passar a noite (“Resting Areas”) todos com W.C. e alguns até com chuveiros. Nas cidades a coisa complica-se um pouco. Já não há locais designados para dormir. Supostamente é proibido. No entanto, o que fazemos é estacionar nas zonas residenciais e procurar um local escuro, onde não nos vejam facilmente. Aparte de muitos duelos com melgas dentro do carro e de uma multa de estacionamento de 75 dólares, as coisas correram-nos muitíssimo bem. 

 De Cairns, conduzimos até Port Douglas, onde, mais que o destino, valeu a viagem. Curvas e contra curvas de paisagens espectaculares. A Ana Rita só dizia : Não olhes agora que a estrada é perigosa. Quando regressarmos conduzo eu e tu olhas. Logo de seguida soltava um : Xiiii, isto é lindíssimo !! E claro, eu só queria era olhar para a paisagem enquanto conduzia…. Vi melhor no regresso!





Outro dos pontos interessantes por onde passámos foi a floresta tropical de Mossman Gorge, uma floresta tropical espectacular, situada numa zona habitada por Aborígenes, onde se pode nadar no rio e ver paisagens impressionantes. 




Do norte, continuámos a descer, rumo às cascatas de Milla Milla, às Millstream e ao "Crater Lakes National Park" onde mais uma vez ficámos deslumbrados com as paisagens. Sim, nós sabemos, estamos sempre a dizer que as paisagens são espectaculares, impressionantes, lindíssimas, mas a verdade é que são mesmo. Não conseguimos fugir a estes adjectivos para descrever o que vemos.


Lake Barrine  no Crater Lakes National Park

Milla Milla

Foi aqui que foi filmado o anuncio da marca de shampoos "Herbal Essence". Reconhecem?


Millstream

As Millstream são as cascatas mais largas da Austrália


Dormimos a próxima noite em Arly beach. Esta pequena vila serve de base para quem pretende visitar as Withsundays. As Withsundays são ilhas de areia branquíssima (98% sílica), e têm praias desertas, enormes e de deixar qualquer um boquiaberto. Estacionamos o carro, passamos a noite, e no dia seguinte arrancamos com a companhia Ocean Rafting que nos promete ter uma experiencia inesquecível. Vamos ver o que eles têm para nos oferecer… A “ 1000 Km/h” a tripulação do Ocean Rafting leva-nos aos principais locais das diversas ilhas. Fizémos snorkeling, vimos peixes enormes e coloridos, tartarugas e no final fizemos um pic-nic naquela que é, aparentemente, a praia mais fotografada do Mundo inteiro.  As fotografias falam por si…





Whitehaven Beach











A cereja no topo do bolo deste grande dia, aconteceu na hora de jantar, quando por acaso eu (André), encontrei um amigo de longa data a passear-se com a namorada em Arly beach. O Cláudio, meu amigo italiano que conheci há 10 anos atrás em França está a viver em Sydney há 6 meses, e decidiu viajar durante umas semanas com a namorada Franciesca. Mais tarde viríamos a encontra-los novamente por acaso, em Sydney. 



 O Mundo é bem pequeno não é ?  


Até já "mates" !!!!

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